segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A bandeira da ignorância e do fanatismo


A bandeira da ignorância e do fanatismo. “Tomemos um outro exemplo, não mediterrânico, mas pertencente, também a ele, à Europa Meridional, o de Portugal. Até 1910 as armas e a bandeira articulam-se, também aqui, à volta do azul e do branco, cores heráldicas dos reis de Portugal desde o século XII. Sobrevém a Revolução, e põe-se a questão da bandeira do regime republicano. Que cores escolher? O azul e o branco, que fariam recordar excessivamente a monarquia derrubada, são excluídos. Ao amarelo acontece o mesmo, pois evoca de maneira excessivamente o poderoso e temido inimigo espanhol. Restam portanto o verde, o vermelho e o preto. Em 1911, em circunstâncias mal elucidadas, e por motivos que ainda se discutem, a jovem república portuguesa adopta uma bandeira verde e vermelha, divida a meio. Essa é, ainda hoje, a bandeira de Portugal, e é uma das raras bandeiras europeias que infringe a regra das cores heráldicas: o verde (sinople) e o vermelho (goles) tocam-se, o que é estritamente contrário aos princípios da heráldica (de resto, a escolha do preto, justaposto ao verde ou ao vermelho, não teria laterado nada no que diz respeito à transgressão desses princípios). Depois da adopção desta bandeira, de algum modo por dedução, pois escolheram-se as cores “que restavam”, foram avançadas diferentes explicações de ordem histórica ou simbólica, para justificar a escolha destas cores. O verde, cor da Marinha portuguesa, sublinharia o papel desta no derrube do Antigo Regime. (Avançou-se mesmo que a nova bandeira retomava totalmente o pavilhão verde e vermelho, dividido a meio, do navio Adamastor, que tinha tido um papel decisivo no sinal de partida da Revolução.) Ou então, o verde seria a cor da Liberdade e o vermelho proclamaria a maneira como ela tinha sido conquistada: pelo sangue. Banal simbólica de cores, solicitada fora de tempo e que evidentemente nada explica. (…) [verbete "BANDEIRA"]. PASTOREAU, Michel – Dicionário das cores do nosso tempo: simbólica e sociedade. Lisboa: editorial Estampa, 1997, pp. 34-35 Numa análise sucinta, mas extremamente bem documentada, o medievalista e especialista em simbologia Michel Pastoreau, caracteriza a bandeira forjada na revolução portuguesa de 1910 «à pressa e na confusão» (p. 35). Ela é, sem dúvida, um dos grandes exemplos de como os republicanos temiam a força histórica presente do simbolismo das instituições monárquicas. Não bastava arrancar do pano a coroa, havia que tingi-lo com outras cores. Os tons escolhidos evidenciam o pânico e acrescentam-lhe violência, conflito e agressividade. Vermelho de sangue (sangue do antes e do devir, sangue do regicídio, de La Lys, da noite sangrenta) que empurra um verde cínico, seiva nova da nova aristocracia: os políticos de carreira, ociosos comendadores e ditadores de oportunidade. A República não desejava apenas um novo regime. Queria um novo país e a bandeira positivista, assimilada graças ao futebol (que é, como sabemos, a melhor maneira de electrizar as massas), auxiliou essa refundação. Publicada por Nuno Resende
Fonte: Blogue Centenário da República

6 comentários:

Maria Menezes disse...

A BANDEIRA MAIS FEIA DO MUNDO E INSPIRADA NA DA CARBONÁRIA!!!

PORTUGAL TEM UMA BANDEIRA AGOIRENTA E TERRORISTA A ESVOAÇAR POR TUDO QUANTO É CANTO E TEMOS QUE ACABAR COM ESSE TRAPO MEDONHO PORQUE NEM SERVE PARA PUXAR O LUSTRE DOS SAPATOS ELA SERVE!

VIVA A BANDEIRA AZUL E BRANCA!

Anónimo disse...

Que vergonha de bandeira... verde e vermelho só nos países africanos!

Via o Rei

Visitem causareal.blogspot.com

Duarte Petinga disse...

o verde e vermelho eram simplesmente as cores da carbonaria..tal e qual como se sucede na bandeira italiana e na bandeira de outros países onde essas duas cores existem, foi onde essa secção armada apoiada pela maçonaria fez das suas..

HOMOSAPIENS disse...

Estou a ver que existe muitas maneiras de ver ou de analisar a história das cores da nossa bandeira.

Digo isto porque no meus livros de estudo que tive no secundario, dizia que a simbologia das cores era esta:

O verde era a cor da esperança, e o vermelho era simbolo da coragem e do sangue derramado pelos nossos entepassados para a conquista da nossa independencia e liberdade.

Abraços.

Anónimo disse...

diz-se encarnado e não vermelho!

Obrigado..

HOMOSAPIENS disse...

Encarnado ou vermelho vem ao mesmo, até se pode dizer escarlate e no livro está escrito vermelho.

Cumpts.