segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Eu Também Quero um Rei!

Porquê um Rei?Ao fim e ao íncio dos séculos corresponderam em toda a História do Homem períodos de mudança e novas espectativas. Se o século xx português deu os seus primeiros passos sob o "toque-de-caixa" da República, eu, nascido em 1985, espero que, cem anos volvidos, neste novo ínicio de século e de milénio, a Questão Regimental possa reacender e provocar um clarão de iluminamento e esclarecimento sobre aquilo que Monarquia é afinal .
Por o País que teremos em 2010 ser muito diferente do que havia em 1910 esta deverá ser uma discussão feita de bola-para-a-frente e de olhar no futuro.
No nosso tempo, Democracia é a parede-mestra de todos os Regimes do Mundo Ocidental. Em Portugal porém, que malgré tout faz ainda parte desse Mundo, o Regime Republicano faz uma apropriação descabida da palavra Democracia.
A fundamentar esses "direitos de autor" os opositores da Monarquia disparam a não-elegibilidade do Chefe de Estado nas Monarquias e portanto a perda de poder de escolha por parte do povo sobre "quem manda". Ora como quem "manda" não é o Chefe de Estado, (Rei ou Presidente da República) mas sim um colectivo de ministros que governa liderado por um Primeiro-Ministro, este argumento morre à nascença
Ao Chefe de Estado ( de todo confundível com Chefe de Governo ) competem as funções de Diplomata Número 1 do seu país, de Símbolo Vivo da Nação e Elemento de Equilibrio e Estabilidade. Um Rei, pela vantagem de tomar posse ad mortem "até à morte", desempenhará estas tarefas naturalmente e com facilidade: Um longo Reinado permite a consolidação duma forte carreira diplomática através do prestígio pessoal do Monarca; o Rei, garante de tradição e valores da nação, institucionaliza-se como Símbolo do Legado e da História nacional e, "reinando-não-governando", durante 20, 30, 40 ou 50 anos, vigia a rotação dos governos cujas acções e políticas, tal qual um gestor experiente, refreia ou estimula. Judices nascuntur, Advocaci fiunt - "Juízes nascem, advogados fazem-se". Um Presidente da República, por melhor que seja, jamais presta grandes serviços. A limitação cronológica do cargo permite-lhe apenas aquecer a cadeira. As provas ficam sempre por dar!


Sou Democrata, Monárquico e Laico e agora posso responder:

"Porquê um Rei?"

Porque Sim!


Diogo de Figueiredo Mayo

4 comentários:

editor69 disse...

Bravo...
mas vê lá que pelo facto de te chamares Diogo...
poderá ser usado como estigma contra ti...ehehehehe...
Abraço!

Andre M disse...

Caro Diogo,
A grande questão acerca das vantagens da monarquia passa realmente pelo facto de um rei ser, teoricamente, educado desde jovem para desempenhar uma função 'arbitral' no jogo político-institucional e diplomático e de, não estando o seu mandato limitado cronologicamente por mais que as leis da vida e da morte, permitir uma linha de continuidade nessas mesmas políticas. Um PR está actualmente limitado a, no máximo, dois mandatos consecutivos de 5 anos (esse período já foi maior na II República).
No entanto o que aparentemente é uma vantagem para a Mon. e uma desvantagem para a Rep. pode mudar de feição se supusermos que o rei afinal era inapto para tal serviço à nação. Já sucedeu isso mesmo na História de Portugal, com um dos reis que estão aí no lado, D. Afonso VI, ou mesmo D. Sancho II, (já agora, gostei de ver D. António I como rei, embora seja uma questão que levanta alguma celeuma porque afinal ele foi aclamado mas não conseguiu impor o seu poder, do mesmo modo que D. Beatriz e D. João I de Castela ou D. Afonso V e D. Joana em Castela)terem sido 'depostos' por golpes palacianos por terem ou por ter sido considerado na altura que tivessem, poucos dotes políticos e militares. Como se resolveria a situação se um D. Duarte de Bragança subisse ao trono e mostrasse que não tinha jeito para aquilo? Outro regicídio? O homem é tão simpático!
Prefiro ter a hipótese de eleger regularmente quem quero para chefe de estado, embora defenda que se deve, neste caso, recuperar um modelo próximo do da II República (que tenho evitado chamar de Estado Novo para não dar azo a confusões).
Outra questão ainda. Se se diz laico e democrata, como justifica então que seja somente uma família a deter o direito sobre um determinado 'cargo', de forma hereditária e vitalícia? É que as justificações tradicionais apontavam para questões como vontade ou direito divino e privilégio... sendo que nem uma nem outra me parecem encaixar numa visão laica e democrática da sociedade.
Para terminar resta-me dizer que, não sou nem Monárquico nem Republicano por ideologia. Apenas quero que o regime em que nos governamos resulte. Neste momento, analisando os prós e os contras de um e outro regime, não vejo qualquer vantagem numa mudança regimental porque não é o 'tecido' que está mal, são antes os 'fios' que o tecem...

Anónimo disse...

A propósito da V. excelente abertura a iniciativas, julgo que, para além das muitas já promovidas pelos “Conjurados XXI”, a meu ver já criaram uma bem concreta e interessante. Usar-se a mensagem "Eu Quero Um Rei" em todos os blogues monárquicos, pro-monárquicos e afins. É manifestamente fulcral o seu uso. O que dizem ? Bem hajam. Cumprimentos. Pedro

Cavaleiro Negro disse...

Meu caro Diogo:
Laico? Porquê laico?
Democrata ou monocrata?
Democrático ou monárquico?
Democrata e monárquico?
Gostaria de trocar impressões consigo.
Cumprimentos